9 de ago. de 2012

Estrutura das palavras


ESTRUTURA DAS PALAVRAS

Estudar a estrutura das palavras é estudar os elementos que formam a palavra, denominados de morfemas.

Radical  O que contém o sentido básico do vocábulo. Aquilo que permanecer intacto, quando a palavra for modificada.  Ex. falar, comer, dormir, casa.

Obs.: Em se tratando de verbos, descobre-se o radical, retirando-se a terminação AR, ER ou IR.

Vogal Temática Nos verbos, são as vogais A, E e I, presentes à terminação verbal. Elas indicam a que conjugação o verbo pertence:

• 1ª conjugação = Verbos terminados em AR.
• 2ª conjugação = Verbos terminados em ER.
• 3ª conjugação = Verbos terminados em IR.

Obs.: O verbo pôr pertence à 2ª conjugação, já que proveio do antigo verbo poer.

* É a vogal que torna possível a ligação entre o radical e a desinência.

Observe o verbo cantar:
Cant: radical
A: vogal temática
R: desinência de infinitivo

A junção do radical cant- com a desinência –r no português é impossível, é a vogal temática “a” que torna possível essa ligação.

- Vogais temáticas nominais: são –a, -e e –o, quando átonas finais, como em escola, dente, livro, essas vogais ligam as desinências indicadoras de plural, como escolas, dentes, livros. Os nomes terminados em vogais tônicas não apresentam vogal temática, como café, cipó, caju, saci.

- Vogais temáticas verbais: são –a, -e e –i, essas caracterizam três grupos de verbos denominados conjugações. Os verbos cuja vogal temática é –a pertencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal temática é –e pertencem à segunda conjugação e por fim aqueles que tem vogal temática –i pertencem à terceira conjugação.

Primeira conjugação            Segunda conjugação               Terceira conjugação

Am-a-va                                beb-e-ssem                                       fug-i-rem

Tema  É a junção do radical com a vogal temática. Se não existir a vogal temática, o tema e o radical serão o mesmo elemento; o mesmo acontecerá, quando o radical for terminado em vogal. Por exemplo, em se tratando de verbo, o tema sempre será a soma do radical com a vogal temática - estuda, come, parti; em se tratando de substantivos e adjetivos, nem sempre isso acontecerá. Vejamos alguns exemplos: No substantivo pasta, past é o radical, a, a vogal temática, e pasta o tema; já na palavra leal, o radical e o tema são o mesmo elemento - leal, pois não há vogal temática; e na palavra tatu também, mas agora, porque o radical é terminado pela vogal temática.

Desinências  são os elementos terminais indicativos das flexões das palavras. Existem dois tipos:

Desinências Nominais: Indicam as flexões de gênero (masculino e feminino) e de número (singular e plural) dos nomes.

Exemplos:

alun-o                  aluno-s
alun-a                    aluna-s

Observação: só podemos falar em desinências nominais de gêneros e de números em palavras que admitem tais flexões, como nos exemplos acima. Em palavras como mesa, tribo, telefonema, por exemplo, não temos desinência nominal de gênero. Já em pires, lápis, ônibus não temos desinência nominal de número.

Desinências Verbais: Indicam as flexões de número e pessoa e de modo e tempo dos verbos.

Exemplos:

compr-o               compra-s               compra-mos          compra-is    compra-m
compra-va             compra-va-s

Modo-temporais = indicam o tempo e o modo. São quatro as desinências modo-temporais:


1. -va- e -ia-, para o Pretérito Imperfeito do Indicativo = estudava, vendia, partia.
2. -ra-, para o Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo = estudara, vendera, partira.
3. -ria-, para o Futuro do Pretérito do Indicativo = estudaria, venderia, partiria.
4. -sse-, para o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo = estudasse, vendesse, partisse.

Número-pessoais = indicam a pessoa e o número. São três os grupos das desinências número pessoais. 
Grupo 1: i, ste, u, mos, stes, ram, para o Pretérito Perfeito do Indicativo =  eu cantei, tu cantaste, ele cantou, nós cantamos, vós cantastes, eles cantaram.

Grupo 2: -, es, -, mos, des, em, para o Infinitivo Pessoal e para o Futuro do Subjuntivo = Era para eu cantar, tu cantares, ele cantar, nós cantarmos, vós cantardes, eles cantarem. 
Quando eu puser, tu puseres, ele puser, nós pusermos, vós puserdes, eles puserem.

Grupo 3 -, s, -, mos, is, m, para todos os outros tempos = eu canto, tu cantas, ele canta, nós cantamos, vós cantais, eles cantam.

Desinências nominais

de gênero = indica o gênero da palavra. A palavra terá desinência nominal de gênero, quando houver a oposição masculino - feminino. Por exemplo: cabeleireiro - cabeleireira.

A vogal a será desinência nominal de gênero sempre que indicar o feminino de uma palavra, mesmo que o masculino não seja terminado em o. Por exemplo: crua, ela, traidora.

de número = indica o plural da palavra. É a letra s, somente quando indicar o plural da palavra. Por exemplo: cadeiras, pedras, águas.

Afixos  são elementos secundários (geralmente sem vida autônoma) que se agregam a um radical ou tema para formar palavras derivadas.

Sabemos que o acréscimo do morfema "-mente", por exemplo, cria uma nova palavra a partir de "certo": certamente, advérbio de modo. De maneira semelhante, o acréscimo dos morfemas "a-" e "-ar" à forma "cert-" cria o verbo acertar. Observe que a- e -ar são morfemas capazes de operar mudança de classe gramatical na palavra a que são anexados.

Quando são colocados antes do radical, como acontece com "a-", os afixos recebem o nome de prefixos. Quando, como "-ar", surgem depois do radical, os afixos são chamados de sufixos. Veja os exemplos:


Prefixo          Radical         Sufixo
in                       At                  ivo
em                     Pobr              ecer
inter                Nacion                   al

Afixos: São elementos que se juntam a radicais para formar novas palavras. São eles:
Prefixo: É o afixo que aparece antes do radical. Por exemplo: destampar, incapaz, amoral.
Sufixo: É o afixo que aparece depois do radical, do tema ou do infinitivo. Por exemplo: acusação, felizmente.

Vogais e Consoantes de Ligação As vogais e consoantes de ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a pronúncia de uma determinada palavra.

Exemplo: parisiense (paris= radical, ense=sufixo, vogal de ligação=i)

Outros exemplos: gas-ô-metro, alv-i-negro, tecn-o-cracia, pau-l-ada, cafe-t-eira, cha-l-eira, inset-i-cida, pe-z-inho, pobr-e-tão, etc.

São vogais e consoantes que surgem entre dois morfemas, para tornar mais fácil e agradável a pronúncia de certas palavras. Por exemplo: flores, bambuzal, gasômetro, canais.


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