PARNASIANISMO
O Parnasianismo é uma escola literária ou um movimento literário essencialmente poético, contemporâneo do Realismo-Naturalismo. Um estilo de época que se desenvolveu na poesia a partir de 1850, na França.
Origens
Movimento literário que se originou na França, Paris, representou na poesia o espírito positivista e científico da época, surgindo no século XIX em oposição ao Romantismo.
Nasceu com a publicação de uma série de poesias, precedendo de algumas décadas o Simbolismo. O seu nome vem do Monte Parnaso, a montanha que, na mitologia grega era consagrada a Apolo e às musas, uma vez que os seus autores procuravam recuperar os valores estéticos da Antiguidade clássica.
Caracteriza-se pela sacralidade da forma, pelo respeito às regras de versificação, pelo preciosismo rítmico e vocabular, pela rima rica e pela preferência por estruturas fixas, como os sonetos. O emprego da linguagem figurada é reduzido, com a valorização do exotismo e da mitologia. Os temas preferidos são os fatos históricos, objetos e paisagens. A descrição visual é o forte da poesia parnasiana, assim como para os românticos são a sonoridade das palavras e dos versos. Os autores parnasianos faziam uma "arte pela arte", pois acreditavam que a arte devia existir por si só, e não por subterfúgios, como o amor, por exemplo. O primeiro grupo de parnasianos de língua francesa reúne poetas de diversas tendências, mas com um denominador comum: a rejeição ao lirismo como credo. Os principais expoentes são Théophile Gautier (1811-1872), Leconte de Lisle (1818-1894), Théodore de Banville (1823-1891) e José Maria de Heredia (1842-1905), de origem cubana, Sully Prudhomme (1839-1907). Gautier fica famoso ao aplicar a frase “arte pela arte” ao movimento.
Características gerais
· Preciosismo: focaliza-se o detalhe; cada objeto deve singularizar-se, daí as palavras raras e rimas ricas.
· Objetividade e impessoalidade: O poeta apresenta o fato, a personagem, as coisas como são e acontecem na realidade, sem deformá-los pela sua maneira pessoal de ver, sentir e pensar. Esta posição combate o exagerado subjetivismo romântico.
· Arte Pela Arte: A poesia vale por si mesma, não tem nenhum tipo de compromisso, e se justifica por sua beleza. Faz referências ao prosaico, e o texto mostra interesse a coisas pertinentes a todos.
· Estética/Culto à forma - Como os poemas não assumem nenhum tipo de compromisso, a estética é muito valorizada. O poeta parnasiano busca a perfeição formal a todo custo, e por vezes, se mostra incapaz para tal.
Aspectos importantes para essa estética perfeita são:
· Rimas Ricas: São evitadas palavras da mesma classe gramatical. Há uma ênfase das rimas do tipo ABAB para estrofes de quatro versos, porém também muito usada as rimas interpoladas.
· Valorização dos Sonetos: É dada preferência para os sonetos, composição dividida em duas estrofes de quatro versos, e duas estrofes de três versos. Revelando, no entanto, a "chave" do texto no último verso.
· Metrificação Rigorosa: O número de sílabas poéticas deve ser o mesmo em cada verso, preferencialmente com dez (decassílabos) ou doze sílabas (versos alexandrinos), os mais utilizados no período. Ou apresentar uma simetria constante, exemplo: primeiro verso de dez sílabas, segundo de seis sílabas, terceiro de dez sílabas, quarto com seis sílabas, etc.
· Descritivismo: Grande parte da poesia parnasiana é baseada em objetos inertes, sempre optando pelos que exigem uma descrição bem detalhada como "A Estátua", "Vaso Chinês" e "Vaso Grego" de Alberto de Oliveira.
· Temática Greco-Romana - A estética é muito valorizada no Parnasianismo, mas mesmo assim, o texto precisa de um conteúdo. A temática abordada pelos parnasianos recupera temas da Antiguidade Clássica, características de sua história e sua mitologia. É bem comum os textos descreverem deuses, heróis, fatos lendários, personagens marcados na história e até mesmo objetos.
· Cavalgamento ou encadeamento sintático (enjambement) - Ocorre quando o verso termina quanto à métrica (pois chegou à décima sílaba), mas não terminou quanto à ideia, quanto ao conteúdo, que se encerra no verso de baixo. O verso depende do contexto para ser entendido. Tática para priorizar a métrica e o conjunto de rimas. Como exemplo, este verso de Olavo Bilac:
Cheguei, chegaste. Vinhas fatigada
e triste e triste e fatigado eu vinha.
Em Portugal
Em Portugal, o movimento não foi muito importante, tendo como autores Gonçalves Crespo (que na verdade era um escritor brasileiro que se casou com uma portuguesa e se mudou para Portugal), João Penha, António Feijó e Cesário Verde.
No Brasil
No Brasil, o Parnasianismo dominou a poesia até a chegada do Modernismo brasileiro. A importância deste movimento no país deve-se não só ao elevado número de poetas, mas também à extensão de sua influência, uma vez que seus princípios estéticos dominaram por muito tempo a vida literária do país, praticamente até o advento do Modernismo em 1922.
Na década de 1870, a poesia romântica deu mostras de cansaço, e mesmo em Castro Alves é possível apontar elementos precursores de uma poesia realista. Assim, entre 1870 e 1880 assistiu-se no Brasil à liquidação do Romantismo, submetido a uma crítica severa por parte das gerações emergentes, insatisfeitas com sua estética e em busca de novas formas de arte, inspiradas nos ideais positivistas e realistas do momento.
Dessa maneira, a década de 1880 abriu-se para a poesia científica, a socialista e a realista, primeiras manifestações da reforma que acabou por se canalizar para o Parnasianismo. As influências iniciais foram Gonçalves Crespo e Artur de Oliveira, este o principal propagandista do movimento a partir de 1877, quando chegou de uma estada em Paris. O Parnasianismo surgiu timidamente no Brasil nos versos de Luís Guimarães Júnior (Sonetos e rimas. 1880) e Teófilo Dias (Fanfarras. 1882), e firmou-se definitivamente com Raimundo Correia (Sinfonias. 1883), Alberto de Oliveira (Meridionais. 1884) e Olavo Bilac (Relicário. 1888).
O Parnasianismo brasileiro, a despeito da grande influência que recebeu do Parnasianismo francês, não é uma exata reprodução dele, pois não obedece à mesma preocupação de objetividade, de cientificismo e de descrições realistas. Foge do sentimentalismo romântico, mas não exclui o subjetivismo. Sua preferência dominante é pelo verso alexandrino de tipo francês, com rimas ricas, e pelas formas fixas, em especial o soneto. Quanto ao assunto, caracteriza-se pela objetividade, o universalismo e o esteticismo. Este último exige uma forma perfeita (formalismo) quanto à construção e à sintaxe. Os poetas parnasianos veem o homem preso à matéria, sem possibilidade de libertar-se do determinismo, e tendem então para o pessimismo ou para o sensualismo.
Além de Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac, que configuraram a chamada tríade parnasiana, o movimento teve outros grandes poetas no Brasil, como Vicente de Carvalho, Machado de Assis, Luís Delfino, Bernardino Lopes, Francisca Júlia, Guimarães Passos, Carlos Magalhães de Azeredo, Goulart de Andrade, Artur Azevedo, Adelino Fontoura, Emílio de Meneses, Antônio Augusto de Lima, Luís Murat e Mário de Lima.
A partir de 1890, o Simbolismo começou a superar o Parnasianismo. O realismo classicizante do Parnasianismo teve grande aceitação no Brasil, graças certamente à facilidade oferecida por sua poética, mais de técnica e forma que de inspiração e essência. Assim, ele foi muito além de seus limites cronológicos e se manteve paralelo ao Simbolismo e mesmo ao Modernismo em sua primeira fase.
O prestígio dos poetas parnasianos, ao final do século XIX, fez de seu movimento a escola oficial das letras no país durante muito tempo. Os próprios poetas simbolistas foram excluídos da Academia Brasileira de Letras, quando esta se constituiu, em 1896. Em contato com o Simbolismo, o Parnasianismo deu lugar, nas duas primeiras décadas do século XX, a uma poesia sincretista e de transição.
http://www.youtube.com/watch?v=fX-D84UfNYU (Definição)
http://www.youtube.com/watch?v=NZmqeTcFsuI (Definição)
http://www.youtube.com/watch?v=NZmqeTcFsuI
(Definição)
Olavo
Bilac
Olavo Brás Martins dos
Guimarães Bilac (Rio de Janeiro, 16 de
dezembro de 1865
— Rio de Janeiro, 28 de dezembro de 1918) foi um jornalista
e poeta
brasileiro,
membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Criou a
cadeira 15, cujo patrono é Gonçalves
Dias.
Conhecido por sua atenção a literatura infantil e, principalmente, pela
participação cívica, era republicano
e nacionalista;
também era defensor do serviço militar obrigatório. Bilac escreveu a letra do Hino à
Bandeira e fez oposição ao governo de Floriano
Peixoto. Foi membro-fundador da Academia Brasileira de Letras, em 1896. Em 1907, foi eleito
"príncipe dos poetas brasileiros", pela revista Fon-Fon.
Bilac, autor de alguns dos mais populares poemas brasileiros, é considerado o
mais importante de nossos poetas parnasianos.
No entanto, para o crítico João Adolfo Hansen, "o mestre do passado, do
livro de poesia escrito longe do estéril turbilhão da rua, não será o mesmo
mestre do presente, do jornal, a cronicar assuntos cotidianos do Rio, prontinho
para intervenções de Agache e a erradicação da plebe rude, expulsa do centro
para os morros"
Biografia
Filho de Brás Martins dos
Guimarães Bilac e de sua mulher Delfina Belmira Gomes de Paula e neto paterno
de João Martins dos Guimarães Bilac e de sua mulher Angélica Pereira da
Fonseca, irmã do 1.º Visconde de Maricá e 1.º Marquês de Maricá, era considerado um aluno
aplicado, conseguindo, aos 15 anos - antes, portanto, de completar a idade
exigida - autorização especial de ingressar no curso de Medicina na Faculdade de Medicina do Rio de
Janeiro, a gosto do pai e a contra gosto próprio, que era médico da
então Guerra do Paraguai.
Começa a frequentar as aulas,
mas seu trabalho da redação da Gazeta Acadêmica absorve-o mais do que a
sisuda anatomia. Do mesmo modo, no tempo de colégio, deliciara-se com as
viagens que os livros de Júlio Verne lhe ofereciam à fantasia. No menino
e no jovem já se manifestavam as marcas de sua paixão futura: o fascínio poder
criador da palavra.
Bilac não concluiu o curso de
Medicina e nem o de Direito, que frequentou posteriormente, em São Paulo.
Bilac foi jornalista, poeta, frequentador de rodas de boêmias e literárias do
Rio. Sua projeção como jornalista e poeta e seu contato com intelectuais e
políticos da época conduziram-o a um cargo público: o de inspetor escolar.
Sua estreia como poeta, nos
jornais cariocas, ocorreu com a publicação do soneto "Sesta de
Nero" no jornal Gazeta de Notícias, em agosto de 1884. Recebeu
comentários elogiosos de Artur Azevedo, precedendo dois outros sonetos
seus, no Diário de Notícias. No ano de 1897, Bilac acabou
perdendo o controle do seu Serpollet e o bateu
contra uma árvore na Estrada da Tijuca, no Rio de Janeiro - RJ,
sendo o primeiro motorista a sofrer um acidente automobilístico no Brasil.
Aos poucos profissionaliza-se:
produz, além de poemas, textos publicitários, crônicas, livros escolares e
poesias satíricas. Visa contar através de seus manuscritos a realidade presente
na sua época. Em 1891, com a dissolução do parlamento e a posse de Floriano
Peixoto, intelectuais perdem seu protetor, dr. Portela, ligado com o
primeiro presidente republicano Deodoro da Fonseca. Fundado O Combate,
órgão antiflorianista e a instalação do estado de sítio, Bilac é preso e passa
quatro meses detido na Fortaleza da Laje, no Rio de
Janeiro.
O grande amor de Bilac foi
Amélia de Oliveira, irmã do poeta Alberto de Oliveira. Chegaram a ficar noivos,
mas o compromisso foi desfeito por oposição de outro irmão da noiva,
desconfiado de que o poeta era um homem sem futuro. Seu segundo noivado fora
ainda menos duradouro, com Maria Selika, filha do violonista Francisco Pereira da Costa.
Viveu só sem constituir família até o fim de seus dias.
Participação cívica e social
Já consagrado em 1907, o autor
do Hino da Bandeira é convidado para liderar o movimento em prol do
serviço militar obrigatório, já matéria de lei desde 1907, mas apenas discutido
em 1915. Bilac se desdobra para convencer os jovens a se alistar.
Já no fim de sua vida, em
1917, Bilac recebe o título de professor honorário da Universidade de São Paulo. E talvez seja
considerado um professor mesmo: dos contemporâneos, leitores de suas crônicas e
ouvintes de sua poesia; dos que se formaram na leitura de seus livros
escolares; de modo geral, dos que até hoje são enfeitiçados por seus poemas.
É como poeta Bilac que se
imortalizou. Foi eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros pela revista Fon-Fon
em 1907.
Juntamente com Alberto de Oliveira e Raimundo
Correia, foi a maior liderança e expressão do Parnasianismo
no Brasil,
constituindo a chamada Tríade Parnasiana. A publicação de Poesias,
em 1888
rendeu-lhe a consagração.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Olavo_Bilac
http://www.youtube.com/watch?v=LJDY91sWTFs
( ♥♫ OUVIR ESTRELAS - KID ABELHA.♥♫ (Poema Olavo Bilac)
A letra do
Hino à Bandeira foi escrito por Olavo Bilac e a música composta por Franciso Braga. Ele foi
apresentando pela primeira vez em 9 de novembro de 1906.
HINO À BANDEIRA
Salve lindo pendão da esperança!
Salve símbolo augusto da paz! Tua nobre presença à lembrança A grandeza da Pátria nos traz. Recebe o afeto que se encerra em nosso peito juvenil, Querido símbolo da terra, Da amada terra do Brasil!
Em teu seio formoso retratas
Este céu de puríssimo azul, A verdura sem par destas matas, E o esplendor do Cruzeiro do Sul. Recebe o afeto que se encerra Em nosso peito juvenil, Querido símbolo da terra, Da amada terra do Brasil!
Contemplando o teu vulto sagrado,
Compreendemos o nosso dever, E o Brasil por seus filhos amados, poderoso e feliz há de ser! Recebe o afeto que se encerra Em nosso peito juvenil, Querido símbolo da terra, Da amada terra do Brasil!
Sobre a imensa Nação Brasileira,
Nos momentos de festa ou de dor, Paira sempre sagrada bandeira Pavilhão da justiça e do amor! Recebe o afeto que se encerra Em nosso peito juvenil, Querido símbolo da terra, Da amada terra do Brasil!
____________________
Glossário:
- Pendão: bandeira, estandarte
- Augusto: digno de respeito, solene, imponente - Formoso: belo. perfeito - Vulto: semblante, fisionomia - Pavilhão: bandeira, estandarte
http://www.youtube.com/watch?v=2UQw9rBfv88
( Hino a Bandeira Legendado)
Delírio
Nua, mas
para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia. E, em frêmitos carnais, ela dizia: – Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo! Na inconsciência bruta do meu desejo Fremente, a minha boca obedecia, E os seus seios, tão rígidos mordia, Fazendo-a arrepiar em doce arpejo. Em suspiros de gozos infinitos Disse-me ela, ainda quase em grito: – Mais abaixo, meu bem! – num frenesi. No seu ventre pousei a minha boca, – Mais abaixo, meu bem! – disse ela, louca, Moralistas, perdoai! Obedeci.... |
Ou talvez o pior… Glória e tormento,
Contigo à luz subi do firmamento,
Contigo fui pela infernal descida!
Queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,
E do teu gosto amargo me alimento,
E rolo-te na boca malferida.
Batismo e extrema-unção, naquele instante
Por que, feliz, eu não morri contigo?
Beijo divino! e anseio, delirante,
Na perpétua saudade de um minuto…
A velhice
Olha
estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores moças, mais amigas, Tanto mais belas quanto mais antigas, Vencedoras da idade e das procelas... O homem, a fera e o inseto, à sombra delas Vivem, livres da fome e de fadigas: E em seus galhos abrigam-se as cantigas E os amores das aves tagarelas. Não choremos, amigo, a mocidade! Envelheçamos rindo. Envelheçamos Como as árvores fortes envelhecem, Na glória de alegria e da bondade, Agasalhando os pássaros nos ramos, Dando sombra e consolo aos que padecem!
Olavo
Bilac
|
Antônio Mariano de Oliveira
Nascimento
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Morte
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19 de janeiro
de 1937 (79 anos)
Niterói |
Nacionalidade
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Ocupação
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Poeta, professor e farmacêutico
|
Antônio Mariano de Oliveira (Saquarema,
28 de abril
de 1857
— Niterói,
19 de Janeiro
de 1937),
mais conhecido pelo pseudônimo Alberto de Oliveira, foi um poeta,
professor e farmacêutico brasileiro. Figura como líder do Parnasianismo
brasileiro, na famosa tríade Alberto de Oliveira, Raimundo
Correia e Olavo Bilac.
Foi secretário estadual de
educação, membro honorário da Academia de Ciências de Lisboa
e imortal fundador da Academia Brasileira de Letras. Adotou o
nome literário Alberto de Oliveira no livro de estréia, após várias
modificações dispersas nos jornais.
Seu pai, mestre-de-obras,
transferiu residência para o município de Itaboraí, onde construiu o teatro. De
origem humilde, Antônio foi, seguindo o irmão mais velho, à Capital
da Província,
trabalhar como modesto vendedor. Ambos moravam num barracão aos fundos da casa
comercial do Sr. Pinto Moreira, em Niterói,
vizinhos do pintor Antônio Parreiras, ainda anônimo, com 17 anos,
que lembra, ancião, o contato com o "moço" "de andar firme e
compassado".
Diplomou-se em Magistério
e Farmácia,
cursando Medicina
(vindo a conhecer Olavo Bilac), até o terceiro ano, mediante
grande esforço pessoal, o que lhe rendeu emprego na Drogaria do "Velho
Granado". Também abriu um colégio em Niterói.
Após a glória literária,
destacou-se na política como Oficial de Gabinete do primeiro Presidente de
Estado/RJ eleito José Thomaz da Porciúncula (1892-1894), do Partido
Republicano Fluminense, marcadamente prudentista (democrático) e antiflorianista
(antitotalitário) [1],
com a pasta de Diretor Geral da Instrução Pública do Rio de
Janeiro, equivalente ao atual Secretário de Estado de Educação.
Durante a tranferência da Capital do Estado de Niterói
para Petrópolis
(1894), devido
às insurreições e revoltas pró e contra a Proclamação da República,
permaneceu na Cidade Imperial Serrana, já que a excelência de seu trabalho o
manteve no cargo durante o mandato de Joaquim Maurício de Abreu (1894-1897). Foi Professor de Português e Literatura
no Colégio Pio-Americano (1905) e na Escola Dramática e Escola Normal (1914),
dirigida por Coelho Neto.
Participou da famosa
"Batalha do Parnaso", ocorrida no Diário do Rio de Janeiro entre 1878 e 1881 contra o Ultra-romantismo
piegas e já desgastado, junto com Teófilo Dias,
Artur Azevedo
e Valentim Magalhães, resgatando as origens do Romantismo
dialogadas com aqueles novos tempos. Reunidos em torno de Artur de
Oliveira, num café da Rua do Ouvidor, eram integrantes da vanguarda Idéia
Nova, ao lado de Fontoura Xavier, Carvalho Jr. e Affonso Celso
Jr., que lhe prefaciou o Livro de Ema (deslocado da 1a. para
a 2a. série das Poesias). Inspirados na Arte Moderna
da França
— feita por Théophile Gautier, Théodore de Banville, Charles Baudelaire e Leconte de Lisle, os
"Tetrarcas" do Parnasianismo —, e, secundariamente, em Sully
Prudhome e José-Maria de Heredia, fizeram todos a maior revolução
na poesia
brasileira até então, importantíssima para a consolidação da Modernidade
do Brasil, no tocante à literatura, a partir da eleição do Novo como valor e da
Ruptura como sistema, tradição.
Envolveu-se com os fundadores da
inovadora Gazeta de Notícias, Manuel Carneiro e
Ferreira de Araújo, publicando poemas posteriormente reunidos no livro Canções
Românticas (prefácio de Teófilo Dias) (1878) e conhecendo neste
jornal o amigo Machado de Assis, que o citou no famoso artigo
"A Nova Geração" (Revista Brasileira, 1879) bem como lhe
prefaciou Meridionais (1884), ainda financiadas pelo jornal, livro-chave para a Idéia
Nova da Nova Geração, só mais tarde referida conceitualmente,
"rotulada" ou esquematizada como "estilo parnasiano".
Decorrido apenas um ano,
publica, sob encomenda dos leitores, Sonetos e poemas (1885), consagrando-se
junto ao público, o que lhe rende um prefácio de T. A. Araripe
Jr. ao livro seguinte, Versos e rimas (1895), títulos talvez
alusivos a Sonetos e rimas (1880), de Luís Guimarães Jr., também Jovem Poeta,
como eram conhecidos esses revolucionários em prol da poesia autêntica sem os
clichês românticos. Depois de quatro livros publicados, foi convidado por
Machado de Assis para a Fundação da Academia Brasileira de Letras, em 1897,
ocasião em que se vê a longevidade do convívio entre o romancista e o poeta.
Com Raimundo
Correia e Olavo Bilac, formou a tríade mais
representativa da Idéia Nova da Nova Geração, hoje chamado Parnasianismo,
reunida em sua casa no bairro Barreto, Niterói/RJ,
à época capital de província, e depois no seu famoso Solar da Engenhoca, sito à
mesma cidade, ou no bairro Neves, São Gonçalo/RJ, residência anterior.
Impecável na métrica e correto na forma, sofre uma vaia que
parece ainda ecoar desde a Semana de Arte Moderna de 1922, na voz de críticos
literários fiéis à idéia modernista. Mário de Andrade, rancoroso pela rejeição dos
parnasianos ao seu livro parnasiano Há uma gota de sangue em cada poema
(1917), se
empenha em retaliar o velho estilo, cuja principal vítima era o poeta de Saquarema,
como se vê nos ensaios "Mestres do Passado", publicados no Jornal do Commercio em 1921 e na "Carta
Aberta a Alberto de Oliveira", publicada na Revista Estética no. 3,
em 1925.
Nos últimos anos de sua vida,
proferiu conferência "O Culto da Forma na Poesia Brasileira", (1913, Biblioteca Nacional; 1915, São Paulo)
e ainda foi homenageado pelo Jornal do Commercio, em 1917. No mesmo ano,
recebeu Goulart de Andrade na Academia Brasileira de
Letras. Foi eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros, pelo concurso da revista Fon-Fon
(1924), título
desocupado desde a morte de seu discípulo e amigo Olavo Bilac, falecido em 1918. Em 1935, prestigia o
Cenáculo
Fluminense de História e Letras, com sua gloriosa presença. Sem
dúvida, o Poeta-Professor é "Andarilho Fluminense", semeando Lirismo
e Educação em todos os lugares por que passou: Saquarema,
Rio Bonito,
Itaboraí,
Niterói,
São Gonçalo,
Petrópolis,
Campos e Rio de
Janeiro (no seu Estado natal), além de Araxá,
São Paulo,
Curitiba.
Seus incontáveis versos falam
da pujança da natureza fluminense e dos encantos da mulher brasileira, ambas
freqüentemente evocadas pela memória. Os temas da Grécia Antiga,
que caracterizam o Parnasianismo de moldes franceses, formam uma
pequena minoria da obra, em torno de 10%.
Vê-se sua herma no Jardim do Russel
(Rio de Janeiro, capital), obra do escultor Petrus Verdier, ou na sede
histórica da Prefeitura Municipal de Niterói (jardim de entrada), obra do
escultor H. Peçanha.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Mariano_de_Oliveira
VASO
GREGO
Esta de
áureos relevos, trabalhada
De
divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de
aos deuses servir como cansada
Vinda
do Olimpo, a um novo deus servia.
Era o
poeta de Teos que a suspendia
Então,
e, ora repleta ora esvasada,
A taça
amiga aos dedos seus tinia,
Toda de
roxas pétalas colmada.
Depois...
Mas o lavor da taça admira,
Toca-a,
e do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas
hás-de lhe ouvir, canora e doce,
Ignota
voz, qual se da antiga lira
Fosse a
encantada música das cordas,
Qual se
essa voz de Anacreonte fosse.
Alberto
de Oliveira
Vaso chinês
Estranho
mimo aquele vaso! Vi-o.
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino
artista chinês, enamorado,
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.
Mas,
talvez por contraste à desventura,
Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura;
Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura;
Que arte
em pintá-la! a gente acaso vendo-a,
Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.
Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.
Alberto
de Oliveira
Raimundo Correia
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Nome completo |
Raimundo da Mota de Azevedo
Correia
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Nascimento
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Morte
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13 de setembro
de 1911 (52 anos)
Paris |
Nacionalidade
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Ocupação
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Escola/tradição
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Biografia
Nasceu a
bordo do navio
São Luís, ancorado em águas maranhenses[1].
Filho de família de classe elevada, foram seus pais o desembargador José da
Mota de Azevedo Correia e Maria Clara Vieira da Mota de Azevedo Corrêa[2],
ambos naturais do Maranhão. Seu pai descendia dos Duques de Caminha e era filho
de pais portugueses. Realizou o curso secundário no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Em 1882 formou-se advogado
pela Faculdade do Largo São Francisco,
desenvolvendo uma bem-sucedida carreira como Juiz de Direito no Rio de Janeiro
e em Minas Gerais. Neste Estado, foi o primeiro Juiz de Direito da comarca
de São Gonçalo do Sapucaí[3].
Teve um sobrinho que levou seu nome, filho de seu tio José da Mota de Azevedo
Correia, Raimundo Correia Sobrinho, formado em direito e poeta como o tio, que
escreveu um livro de poesias "Oração aos Aflitos" publicado, em 1945,
pela Livraria José Olympio Editora.
Raimundo
Correia iniciou a sua carreira poética com o livro "Primeiros
sonhos", revelando forte influência dos poetas românticos
Fagundes
Varela, Casimiro de Abreu e Castro Alves.
Em 1883
com o livro "Sinfonias", assume o parnasianismo
e passa a integrar, ao lado de Alberto de Oliveira e Olavo Bilac,
a chamada "Tríade Parnasiana".
Os temas
adotados por Raimundo Correia giram em torno da perfeição formal dos objetos.
Ele se diferencia um pouco dos demais parnasianos porque sua poesia é marcada
por um forte pessimismo, chegando até a ser sombria. Ao analisar a obra de
Raimundo Correia percebe-se que há nela uma evolução. Ele iniciou sua carreira
como romântico, depois adotou o parnasianismo e, em alguns poemas aproximou-se
da escola
simbolista.
Faleceu a 13 de
setembro de 1911,
em Paris,
onde fora tratar da saúde.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Raimundo_Correia
As pombas
Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada...
E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...
Raimundo
Correia
http://www.youtube.com/watch?v=CXzJRqJArgs&feature=fvsr
Tríade Parnasiana
PARNASIANISMO
Lapidação das palavras
Presente o Descritivismo
Arte pela arte é o ideal
Do Parnasianismo
Métricas são perfeitas
Formalismo da poesia
Preferência pelo soneto
Volta da mitologia
É uma poesia plástica
Palavra, a matéria prima
Imagens com muitas cores
Ricas são as suas rimas
Lapidação das palavras
Presente o Descritivismo
Arte pela arte é o ideal
Do Parnasianismo
Olavo Bilac é o príncipe
O ourives da palavra
Além do amor sensual
Patriotismo exaltava
Na “Profissão de fé”
Virou manifesto parnasiano
Não quis saber dos problemas
Considerados urbanos
Lapidação das palavras
Presente o Descritivismo
Arte pela arte é o ideal
Do Parnasianismo
Na tríade parnasiana
Temos Raimundo Correia
Além de Olavo Bilac e Alberto de
Oliveira
Alberto de Oliveira é ortodoxo
Preso ao rigor formal
Correia aproxima-se do Romantismo
Com a mulher ideal.
Lapidação das palavras
Presente o Descritivismo
Arte pela arte
É o ideal do Parnasianismo